Dólar fraco impulsiona moedas latino-americanas no 1º semestre; real lidera ganhos
A desvalorização do dólar proporciona benefícios financeiros significativos para a América Latina, impulsionando a valorização das moedas regionais. No entanto, incertezas políticas e econômicas podem revertem essa tendência no segundo semestre de 2025.
Dívidas menores em dólar, viagens acessíveis e compras internacionais baratas foram benefícios que muitos latino-americanos experimentaram no primeiro semestre de 2025, devido à queda do dólar.
A valorização das moedas da região foi influenciada por uma deterioração estrutural do dólar, que não alcançava esses níveis há três anos. Fatores como dúvida sobre o excepcionalismo americano, pressão sobre o Federal Reserve e volatilidade política contribuíram para isso.
Felipe Juncal, economista do Citigroup, destaca que a desvalorização do dólar é o principal fator da valorização das moedas.
O real brasileiro se valorizou 13,73%, impulsionado pelo carry trade e altas taxas de juros de quase 15%. O peso mexicano subiu 11,09%, beneficiando-se igualmente do apetite por ativos emergentes.
A Colômbia viu seu peso valorizar 7,47%, também devido ao carry trade. O peso chileno e o sol peruano se valorizaram 6,79% e 5,58% respectivamente, impulsionados pelo desempenho do cobre e condições externas favoráveis.
Apesar das valorizações, as moedas enfrentam riscos de volatilidade no segundo semestre, como mudanças nas taxas de juros e incertezas políticas. A inflação nos EUA e tensões com a China podem fortalecer o dólar novamente.
O peso argentino foi a principal moeda a desvalorizar no semestre, prejudicada pela implementação de um novo programa com o FMI, com uma taxa de câmbio flutuante entre 1.000 e 1.400 pesos por dólar.