Dólar fraco: tendência favorece moedas como o real, segundo o BBVA
Economista alerta que a desvalorização do dólar pode afetar seu status de moeda de refúgio. Ele observa um movimento de diversificação entre investidores em meio à incerteza da política econômica dos EUA.
Perspectivas do Dólar Global
Se os fatores que pressionam a desvalorização do dólar persistirem, seu status como moeda de refúgio pode se deteriorar, segundo Juan Ruiz, economista-chefe do BBVA Research.
Desde o início de 2023, o índice DXY do dólar caiu mais de 10%, chegando a 15% em relação a moedas de economias desenvolvidas.
Ruiz aponta incertezas sobre a política comercial e fiscal dos EUA como motivos principais para essa desvalorização. Ele destaca a agressividade dos EUA, que tende a enfraquecer o dólar em contextos de incerteza global.
Apesar disso, o BBVA não vê ameaça imediata à posição do dólar como moeda dominante. Não há substituto claro para a moeda como reserva internacional de valor, e a escala global de ativos em dólar ainda supera outras moedas como euro e iene.
O enfraquecimento do dólar pode impactar positivamente moedas emergentes. O real brasileiro, por exemplo, se destacou este ano, valorizando-se 12,75% devido a compromisso fiscal e resposta à inflação.
Expectativas para o real são de que encerre o ano em torno de R$ 5,70 por dólar, enquanto o peso mexicano e o peso colombiano enfrentarão volatilidade dependendo de fatores externos e internos.
Ruiz observa também que o sol peruano se fortaleceu devido a boas contas externas, e a eliminação de controles cambiais na Argentina foi considerada um processo bem-sucedido.
O economista prevê valorização adicional para algumas moedas emergentes no segundo semestre de 2023, mas com variabilidade considerável.