Dólar opera em alta nesta terça-feira (5) após divulgação de ata do Copom e prisão domiciliar de Bolsonaro
Dólar sobe com ajuste de investidores após ata do Banco Central e dados do emprego nos EUA. Anúncio de tarifas por Trump sobre o Brasil intensifica incertezas no mercado.
Dólar abre em alta nesta terça-feira (5), subindo 0,31%, cotado a R$ 5,5242, após divulgação da ata do Banco Central e prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na segunda-feira, a moeda encerrou em queda de 0,69%, a R$ 5,506, enquanto a Bolsa subiu 0,4%, atingindo 132.971 pontos.
Os investidores reavaliaram as expectativas sobre a política monetária do Fed (Federal Reserve), após dado de emprego indicar 73 mil vagas abertas, menos que as 110 mil esperadas, e a taxa de desemprego subindo de 4,1% para 4,2%. Revisão de junho mostrou apenas 14 mil vagas, não 147 mil.
Esses dados aumentaram as apostas em um corte de juros pelo Fed, com 93% de chance de redução de 0,25 ponto percentual em setembro.
O atual intervalo da taxa de juros é de 4,25% a 4,5%, mantido por incertezas na economia dos EUA, conforme diretores do Fed.
Analistas do BTG destacam que o relatório de julho reforça argumentos a favor do corte de juros no próximo encontro. O próximo payroll determinará a decisão do Fed.
O índice DXY, que mede a força do dólar, caiu 0,37%, a 98,77 pontos. Um dólar mais fraco é do interesse de Donald Trump, dado o déficit em transações correntes dos EUA de US$ 1,2 trilhão em 2024.
Trump impôs tarifas entre 10% e 41% sobre diversos países, iniciando o tarifaço em 7 de agosto. O Brasil terá a maior sobretaxa de 50%, mas se beneficiará de isenção em cerca de 700 produtos exportados a EUA.
O governo Lula buscará ampliar as isenções e facilitará o diálogo entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent.
Em evento em Brasília, Lula expressou limites na negociação e preocupação com a relação diplomática, afirmando, "não queremos confusão... mas também não temos medo".