Dólar tem pior começo de ano em mais de 50 anos; o que explica?
Dólar enfrenta forte desvalorização global, acumulando queda de mais de 10% em 2025. Fatores como incertezas fiscais e estratégicas têm pressionado a moeda americana e impactado o mercado de ações.
O real se valorizou frente ao dólar nos últimos meses, fenômeno que não é exclusivo do Brasil. A moeda americana enfrenta um enfraquecimento global, com quedas superiores a 10% em 2025, a pior marca desde 1973.
Fatores que explicam essa situação incluem:
- Políticas econômicas do governo Donald Trump.
- Aumento da dívida pública americana.
- Apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve.
- Mudanças de estratégia de grandes investidores.
Segundo o Morgan Stanley, o prêmio de risco negativo, resultante das ações do governo Trump, pressiona a moeda, estimando uma queda de cerca de 4% na cotação do dólar.
Movimentos que costumam favorecer o dólar, como altas no preço do petróleo, têm efeito limitado, evidenciando desconfiança do mercado na moeda americana.
O governo Trump está propondo pacotes que podem aumentar a dívida em mais de US$ 3 trilhões na próxima década, criando incerteza sobre as contas públicas.
Além disso, o Federal Reserve deve cortar juros em até 175 pontos-base em 2026, reduzindo o retorno de investimentos em dólar.
Enquanto isso, o euro avançou 13% no ano e o ouro atingiu máximas, mostrando a busca por proteção em um cenário de incertezas.
O analista Chris Turner observa que investidores estão realocando carteiras, aumentando hedge cambial e reduzindo exposição a ativos americanos.
O Morgan Stanley projeta que até US$ 66 bilhões podem ser direcionados para a América Latina, beneficiando especialmente o Brasil.
Apesar do enfraquecimento do dólar, o mercado de ações nos EUA continua em recordes, embora o retorno em outras moedas seja inferior ao das bolsas europeias. A velocidade da queda do dólar pode diminuir, mas a insegurança deve continuar provocando oscilações.