Donos de fintechs são denunciados por lavagem de dinheiro ligada ao PCC
Investigações mostram que fintechs envolvidas no esquema movimentaram R$ 6 bilhões em transações ilegais. Acusados enfrentam denúncias de lavagem de dinheiro e financiamento do PCC, com multas propostas de R$ 100 milhões.
Gaeco denuncia donos de fintechs por lavagem de dinheiro ligada ao PCC.
As fintechs 2 Go Bank e InvBank Soluções Financeiras foram acusadas de movimentar R$ 6 bilhões de forma ilegal. A informação foi revelada pelo Estadão em 24 de março de 2025.
Os denunciados são:
- Cyllas Salerno Elias Júnior - 2 Go Bank
- Carlos Alexandre Ballotin - InvBank
- Marcelo Henrique Antunes da Palma - InvBank
As investigações resultaram na delação de Antônio Vinícius Gritzbach, assassinado em novembro de 2024. Os promotores pedem R$ 100 milhões em multas por dano moral coletivo e social.
Desde 2020, Ballotin e Palma usavam o InvBank para transformar recursos ilícitos em ativos legais. Cyllas, policial civil, também iniciou operações semelhantes com a 2 Go Bank. As defesas negaram as acusações.
Os envolvidos utilizavam lacunas regulatórias das fintechs para ocultar a origem do dinheiro, utilizando métodos como:
- Smurfing (fracionamento de transações)
- Conversão em criptomoedas
- Contas de laranjas e empresas de fachada
A 2 Go Bank fornecia USDT, moeda digital, em trocas com empresas de fachada. As transações abrangiam vários países, incluindo Estados Unidos, Paraguai, e China. Parte do dinheiro está relacionada a carteiras digitais de crimes de terrorismo.
A InvBank operava com a empresa de fachada Crédito Urbano, registrada em nome de Josenilson Urbano dos Santos, mas controlada por Ballotin. Os recursos eram transferidos para a MVE Administração, ligada a Ademir Pereira de Andrade, suspeito de operar esquemas financeiros para o PCC.
Segundo os promotores, os recursos eram usados para financiar o PCC, incluindo atividades de tráfico de drogas. O caso está sob a 1ª Vara Especializada de Crimes contra a Ordem Tributária e Lavagem de Bens.