É cedo para dizer, mas o Irã não será mais o mesmo, diz professora
Nayereh Tohidi destaca que a população iraniana está cada vez mais desiludida com seu governo e aponta para um ambiente político fragmentado. Apesar da insatisfação crescente, a transição para um novo regime não parece iminente devido à repressão contínua da oposição.
Governo iraniano enfraquecido após ataques de Israel e Estados Unidos, segundo a professora Nayereh Tohidi, especialista em estudos feministas.
Ela menciona um descontentamento generalizado da população com os governantes, resultando em um governo mais dividido e frustrado.
Desde 1979, o Irã é uma teocracia sob o aiatolá Ali Khamenei. A Revolução Islâmica derrubou o xá Mohammad Reza Pahlavi, promovendo violações de direitos humanos e economia prejudicada por sanções estrangeiras.
Após o ataque em 21 de junho, Reza Pahlavi, filho do xá deposto, se ofereceu para liderar uma transição de poder. Entretanto, Tohidi é cética sobre sua capacidade.
Para Tohidi, um referendo seria uma solução pacífica para a mudança política, apesar da dificuldade de organizar a oposição devido à repressão.
O governo prendeu 700 pessoas e executou 3, acusando-os de serem espiões. Tohidi alerta que o regime atacado pode se mostrar ainda mais perigoso durante sua fraqueza.
A acadêmica acredita que a situação atual não garante uma mudança de regime, mas uma nova era, onde o Irã não será mais o mesmo.
A transição deve ocorrer de forma pacífica ou pode resultar em conflito violento, uma vez que os líderes não aceitam referendos como um plano viável.
A economia iraniana está em crise, o que intensifica as esperanças por uma mudança, especialmente com a expectativa da morte de Khamenei, aumentando a divisão dentro do governo.
Concluindo, Tohidi ressalta a dificuldade de prever a continuidade da crise, mas menciona que o Irã enfrenta um futuro incerto.