É como restringir a possibilidade de sonhar, diz estudante brasileiro de Harvard
Estudantes brasileiros em Harvard vivem momentos de incerteza após decisão de Trump sobre vistos. A justiça dos EUA interveio, mas o clima de medo e frustração permanece na comunidade acadêmica.
Sentimentos de incredulidade, medo, desolação e frustração marcam a vida de mais de 200 estudantes e profissionais brasileiros em Harvard.
Na quinta-feira, 22 de julho, o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou a permissão para a universidade aceitar estudantes internacionais. No dia seguinte, a justiça dos EUA suspendeu a decisão, mas a incerteza continua.
Eduardo Vasconcellos, estudante de economia e governo, expressa sua indignação com a situação. "É uma decisão que beira a insanidade", afirma, refletindo o medo de acadêmicos serem perseguidos por suas opiniões.
A cerimônia de formatura de Vasconcellos será na próxima semana. Sua família chegou nos EUA horas antes da decisão, criando uma situação angustiante. Ele relata ter oferta de emprego no país, mas o futuro é incerto.
A comunidade estudantil está mobilizada, protestando contra as exigências do governo, incluindo a remoção de programas de diversidade e alterações nos critérios de avaliação dos estudantes internacionais.
Foram feitas várias ações, como uma carta de mais de 600 professores em apoio aos estudantes e tentativas de gerar pressão internacional. A estimativa é que existem 230 estudantes brasileiros na Harvard, afetados pelas incertezas.
Alunos enfrentam dificuldades em aplicar para vistos, com a aplicação sendo considerada inválida. A universidade iniciou um processo judicial e oferece suporte psicológico, mas muitos sentem que a situação não está sob controle.
Vasconcellos, com sua oferta de trabalho, teme que a decisão judicial prejudique as oportunidades empregatícias. A situação é descrita como totalmente indefinida e gera uma sensação de desolação entre os estudantes.
A medida de Trump afeta não só os alunos atuais, mas também os recém-aprovados que agora enfrentam um limbo em suas trajetórias acadêmicas.
Vasconcellos conclui que essa decisão prejudica o sonho de muitos jovens, restringindo a ideia de que a educação é um símbolo de oportunidades para todos.