É dupla moral apontar fraude na Venezuela, mas não no Equador, diz Correa
Rafael Correa explora acusações de fraude nas eleições equatorianas e discute a fragmentação da esquerda no país. Em sua primeira entrevista ao Brasil após os resultados, ele critica a reeleição de Noboa e levanta dúvidas sobre a transparência do processo eleitoral.
Rafael Correa, ex-presidente do Equador, vive asilado em Bruxelas e se pronuncia sobre as fraudes eleitorais nas recentes eleições do país, onde sua candidata, Luisa González, perdeu para Noboa por mais de 1,1 milhão de votos.
Correa insiste que houve irregularidades, afirmando que as missões de observação eleitoral não corroboraram suas acusações e confirmaram a reeleição de Noboa.
A autoridade eleitoral do Equador esclarece que a Constituição não permite reabertura de urnas sem inconsistências, defendendo a transparência do processo eleitoral.
Correa questiona a credibilidade do resultado, sugerindo que poderia haver fraude nas urnas e requerendo uma análise forense das cédulas eleitorais.
Ele observa que líderes do Revolução Cidadã reconheceram a vitória de Noboa, mas eles alegam fraude. Segundo Correa, pesquisas pós-eleitorais indicam empate técnico ou sua vitória.
Em relação à resposta de Lula sobre as eleições, Correa sugere que o presidente brasileiro poderia ter esperado mais e destaca a influência do Itamaraty.
Sobre os desafios da esquerda na América Latina, Correa menciona a dificuldade em renovar lideranças, comparando com a direita, que parece mais eficaz nesse aspecto.
Correa também discute sua relação com o regime de Maduro, reconhecendo erros, mas criticando a hipocrisia em relação a Noboa.
Em suma, Correa, economista de formação e ex-ministro, governou o Equador por dez anos e atualmente enfrenta condenação por corrupção, que classifica como perseguição judicial.