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É preciso seriedade no debate sobre ajuste fiscal

A análise das despesas primárias revela desafios significativos para o ajuste fiscal no Brasil. A crescente pressão das transferências sociais e previdenciárias exige reformas estratégicas para conter o déficit e promover a sustentabilidade financeira.

Evolução das Despesas Primárias (2008-2024):

  • Despesas com pessoal: cai de 4,3% para 3,1% do PIB.
  • Transferências sociais: sobem de 1,1% para 3,3% do PIB.
  • Previdência Social: aumenta de 6,4% para 7,9% do PIB.
  • Demais despesas obrigatórias: sobem de 2,5% para 2,8% do PIB.
  • Despesas discricionárias: caem de 2,4% para 1,6% do PIB.

Superávit e Déficit:

Em 2008, superávit primário de 2,3% do PIB; em 2024, déficit de 0,4% do PIB.

Ajuste Fiscal Necessário:

É crucial conter o crescimento das transferências sociais e benefícios previdenciários que, juntos, responderam por 3,7% do PIB no aumento dos gastos primários nos últimos 16 anos.

Desafios políticos:

A revisão das transferências de renda e a reforma da Previdência são temas sensíveis. Ignorá-los impede um debate sério sobre cortes de gastos.

Reforma Administrativa: necessária, mas com impacto financeiro limitado de R$ 1 a R$ 3 bilhões por ano.

Desvinculações:

Desvinculações em saúde e educação são medidas corretas, mas não suficientes para resolver o buraco fiscal.

Carga Tributária:

Alta devido ao sistema de saúde e educação gratuitos, além de programas de transferência de renda. Isso demanda financiamento por tributos e/ou dívida pública.

Arrecadação Federal:

Caiu de 19,0% (2005-2010) para 18,4% do PIB em 2024, apesar do aumento das despesas obrigatórias.

Resistência do Congresso:

A forte resistência contra a retirada de privilégios tributários mostra que o ajuste fiscal transcende a vontade de qualquer presidente.

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