É um desastre contratar no Brasil pois as pessoas estão viciadas no Bolsa Família, diz Ricardo Faria, o 'rei do ovo'

Ricardo Faria, 50, conhecido como "rei do ovo", critica a burocracia, a alta carga tributária, a legislação trabalhista e a polarização política no Brasil, divertindo-se que esses temas desviam o foco dos problemas reais do país, como a infraestrutura.

Ele produz 13 bilhões de ovos por ano à frente da Global Eggs, empresa com sede em Luxemburgo. A companhia controla ainda a Granja Faria (Brasil), Hevo Group (Espanha) e Hillandale Farms (EUA).

Faria critica o Bolsa Família, afirmando que as pessoas estão viciadas no programa social. Ele também realiza doações para campanhas com propostas liberais, apoiando candidatos de direita, como Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas.

Em uma entrevista, descreveu empresar no Brasil como complicado: "É como comprar uma canoa e remar rio acima, enfrentando desafios constantes". Comparou com operar nos EUA, onde acredita que todo o processo é mais simples.

Faria questiona a eficácia da reforma trabalhista, afirmando que a relação de trabalho formal mudou e os jovens não buscam mais esse tipo de emprego. Para ele, a solução é desburocratizar e permitir maior liberdade no mercado.

Sobre a alta carga tributária, considera que "o esforço para reduzir a máquina pública é nulo" e defende que um |imposto mais baixo poderia incentivar o crescimento.

Em relação ao aumento do preço do ovo, atribui a situação a um descasamento temporário de oferta e demanda e condições climáticas adversas.

Faria também menciona seu afastamento educacional e profissional, optando por residir no Uruguai para facilitar os negócios, e critica o custo do financiamento no Brasil.

Ele vê a polarização política como um obstáculo para os negócios, desviando a atenção das melhores maneiras de melhorar o país.

Por fim, expressou admiração pela competição no setor avícola após a entrada da JBS no mercado, considerando que os concorrentes o inspiram a inovar.