Economia brasileira já está desacelerando, diz Alfredo Setubal, da Itaúsa
Setubal destaca leve desaceleração econômica devido à inflação de alimentos, mas prevê crescimento contínuo do Itaú Unibanco. CFO ressalta redução da dívida da holding e busca por oportunidades no agronegócio.
Alfredo Setubal, CEO da Itaúsa, afirmou que há uma leve desaceleração da economia brasileira em relação ao ano passado.
A inflação de alimentos é o principal fator, impactando a renda das famílias. Setubal destacou que não há queda no consumo, mas um crescimento mais lento na carteira de crédito do Itaú Unibanco, que continua a avançar.
As previsões do Itaú BBA apontam crescimento do PIB de 2,2% em 2023, frente a 3,4% em 2024. A holding enfrenta um aperto de crédito e um cenário internacional complicado com conflitos e políticas comerciais dos EUA.
Setubal espera que as taxas de juros permanecem altas, mas com um segundo semestre positivo para a holding, especialmente com resultados sólidos do Itaú Unibanco.
A Itaúsa registrou um lucro líquido recorrente de R$ 4 bilhões no segundo trimestre de 2023, um aumento de 11,1% comparado ao ano anterior. O lucro do semestre totalizou R$ 7,9 bilhões, com crescimento de 10%.
Priscila Grecco, CFO, anunciou uma redução do endividamento em 28% e uma dívida líquida de R$ 587 milhões. Ela não prevê novos pré-pagamentos em 12 meses, mas considera refinanciamentos.
O CEO mencionou oportunidades de alongar a dívida e aumentar a participação nas empresas do portfólio. Aholding avalia opções no agronegócio e busca investimentos com menor volatilidade de preços.
Setubal expressou insatisfação com o valor de mercado da holding, avaliando que um desconto de 25% em relação às participações é excessivo, especialmente em função da reforma tributária programada para 2027.
O valor de mercado da fatia da Itaúsa no Itaú Unibanco era de R$ 141,2 bilhões em julho, e Setubal destacou empresas do portfólio não listadas que contribuem para o desconto.