Economia global caminha para desacelerar em má hora para o País, dizem em vídeo economistas da FGV
Economistas discutem os desafios econômicos do Brasil diante da desaceleração global e próximos eventos eleitorais. Expectativas de crescimento modestas em 2025 e dilemas do Banco Central são temas centrais nas análises.
A economia mundial enfrenta uma desaceleração, impactando o Brasil, que poderá sofrer perdas devido à preocupação excessiva do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o aço. O cenário é complicado por conta de juros altos, inflação resistente e o contexto eleitoral de 2026, conforme economistas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
José Júlio Senna, do Ibre/FGV, afirma que a chance de Trump reconstruir a indústria americana é mínima, destacando que o segmento industrial mundial está eliminando empregos. Ele critica a tributação sobre o aço e alumínio, citando a visão estreita do presidente.
Em relação ao Brasil, o IPCA revela uma inflação super resistente, criando desafios para a política econômica. Armando Castelar, do Ibre/FGV, ressalta a desaceleração econômica surpreendente, com indicadores como PIB e serviços fracos, enquanto a inflação permanece alta.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, já alertou sobre a insustentabilidade fiscal nos próximos anos. Silvia Matos, do Ibre/FGV, prevê um crescimento “forte” do PIB no primeiro trimestre de 2025, impulsionado pelo agro e alguma recuperação no consumo, mas aponta uma desaceleração no consumo das famílias, preocupando a inflação.
Para 2025, o Ibre/FGV projeta um crescimento do PIB de 1,7%, prevendo que a demanda do consumo deve desacelerar para controlar a inflação. O Banco Central precisará pausar o ciclo de aperto monetário após maio, considerando a necessidade de manter a meta de inflação de 3% enquanto não ultrapassa limites insustentáveis.
A reunião do Copom em maio é considerada crucial, com expectativa de alta da Selic podendo chegar a 75 pontos-base. Segundo Senna, a desaceleração econômica não será muito intensa, mas existe um dilema fiscal que pode afetar as reformas futuras, especialmente em um contexto de eleições.
Castelar também observa que a popularidade do governo pode influenciar a política fiscal, com pesquisas eleitorais afetando decisões e gerando reações no mercado.