Economia planificada e atuação do governo impulsionaram IA na China
Brasil e China intensificam suas estratégias para o desenvolvimento da inteligência artificial, cada um com abordagens e estágios diferentes. Enquanto a China avança com um plano estruturado e investimentos bilionários, o Brasil busca coordenação e inovação em suas iniciativas.
Brasil e China estão em corridas distintas para dominar a Inteligência Artificial (IA).
Enquanto a China investe maciçamente na IA, com um plano estratégico lançado em 2017, o Brasil também desenvolve ações, mas enfrenta desafios de coordenação.
O plano chinês visa tornar o país líder global em IA até 2030, com investimentos totais de US$ 138 bilhões e o lançamento da IA DeepSeek, que se destaca por seu custo competitivo em relação ao ChatGPT.
Denis Balaguer, da EY, observa que a China evoluiu para o conceito de "invented in China" e implementou inovações significativas, enquanto Luca Belli, da FGV, destaca a importância das universidades e da infraestrutura de telecomunicações.
A primeira fase do plano chinês focou em setores estratégicos, como manufatura e saúde. A segunda fase encerrará em 2025 e a terceira, com avanços em 2030, inclui a criação de campeões nacionais, como Alibaba e Baidu.
No Brasil, o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) foi apresentado em agosto de 2024, prevendo investimentos de R$ 23 bilhões até 2028, e a construção de um supercomputador no Laboratório Nacional de Computação Científica.
Críticas pontuavam a fragmentação da estratégia brasileira, mas a reativação do Comitê Interministerial para a Transformação Digital promete integrar as ações do PBIA.
Luis Fernandes, do MCTI, destaca a importância de evitar erros do passado e priorizar sustentabilidade em projetos de IA.
O Centro de Excelência em Inteligência Artificial (Ceia) da UFG já trouxe inovações para 71 empresas e investiu R$ 300 milhões nos últimos cinco anos.