Economistas começam a se preocupar mais com a deflação na China do que com a guerra comercial
Especialistas apontam que, apesar da recuperação nas previsões de crescimento, a pressão deflacionária na China deve persistir, refletindo uma economia ainda vulnerável. A expectativa de inflação permanece alarmantemente baixa, reforçando os desafios que o país enfrenta diante da crise imobiliária e das guerras de preços.
Pressão deflacionária na China pode piorar, apesar de previsões de crescimento e exportações melhoradas após trégua na guerra comercial com os EUA.
Espera-se que os preços ao consumidor aumentem apenas 0,3% em 2025, a menor projeção desde 2023, com uma redução em relação a previsões anteriores.
A inflação ao consumidor na China foi negativa nos últimos três meses, enquanto a perspectiva de preços continua a se deteriorar, em meio a um crescimento do PIB projetado em 4,5% para este ano.
Dennis Shen, economista da Scope Ratings, mencionou que as forças deflacionárias ainda são um grande desafio, mesmo com a resiliência econômica atual.
A deflação impacta lucros e renda, podendo criar um círculo vicioso de preços mais baixos. O FMI prevê inflação média de zero na China este ano, o pior resultado desde 2009.
A fabricante de carros BYD cortou preços em até 34%, aumentando temores de outra onda de descontos no setor.
A pausa nas tarifas entre China e EUA resultou em um aumento no comércio, levando a previsões de crescimento das exportações de 1,1% em 2025, superior à expectativa anterior de contração.
Apesar disso, a expectativa é de que as autoridades chinesas ofereçam menos suporte à economia interna, com o Banco do Povo da China reduzindo taxas de juros com cautela.
As projeções atuais indicam que os preços ao produtor podem cair 2% este ano, afetando lucros e, consequentemente, o consumo.
Erica Tay, economista da Maybank Securities, destacou a importância de atenção política para questões de preço e a necessidade de estimular o consumo.