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Economistas divergem de Lula e dizem que austeridade fiscal dá segurança à economia

Economistas contestam declarações de Lula sobre austeridade e desigualdade, defendendo a importância da responsabilidade fiscal. As críticas vêm em meio a preocupações crescentes com as contas públicas e a condução da política econômica do governo.

Divergência entre economistas e Lula

Na última sexta-feira (4), economistas contestaram a afirmação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que declarou que o “modelo de austeridade não deu certo em nenhum país do mundo”. A declaração foi proferida durante um evento no Rio de Janeiro, onde defendeu um novo modelo de financiamento sem exigências para concessão de crédito.

Segundo Lula, os países podem adotar um modelo que não impõe condicionalidades: “O modelo da austeridade não deu certo em nenhum país do mundo”. Porém, o economista Robson Gonçalves rebateu, afirmando que "não existe modelo de financiamento sem condicionalidade", e destacou a necessidade de responsabilidade fiscal para o limite de crédito de qualquer agente econômico.

Lula também vinculou as políticas de austeridade ao aumento da desigualdade, afirmando que elas tornam os pobres mais pobres. Gonçalves respondeu que essa afirmação é genérica e que países como os escandinavos conseguiram reduzir desigualdades sem comprometer sua responsabilidade fiscal.

O diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), Marcus Pestana, enfatizou que os conceitos de austeridade e expansionismo devem ser analisados de acordo com o contexto histórico. Ele alertou que, atualmente, o Brasil não está em recessão, e que déficits sistemáticos podem agravar a dívida pública.

Esse debate surge em um momento crítico, com crescentes preocupações sobre as contas públicas. Desde a proposta do governo em adiar a meta de zerar o déficit fiscal para 2026, o mercado tem observado atentamente as declarações de Lula.

Gonçalves concluiu que austeridade não significa cortes insensíveis, mas sim disciplina e previsibilidade necessárias para o crescimento sustentável do país.

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