Economistas veem efeito da política do BC e fim do ciclo de alta de juros mais próximo
Economistas veem sinais positivos na economia, mas a luta contra a inflação ainda não está vencida. Com o aumento da Selic iminente, projeções indicam que o ciclo de altas pode estar próximo do fim, mas cautela persiste.
Economistas estão confiantes sobre o fim do ciclo de alta da taxa Selic, com sinais de desaceleração econômica e eficácia do choque de juros do Banco Central.
Na próxima quarta-feira (19), o Copom deve elevar a Selic em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Expectativa é de aumentos menores nas reuniões seguintes.
Luiz Fernando Figueiredo destaca que, apesar de a luta contra a inflação ainda não estar vencida, a queda da inflação implícita indica efeitos positivos da política monetária.
Dados do PIB mostram que a economia cresceu 3,4% em 2024, mas perdeu impulso no quarto trimestre. Figueiredo projeta que a Selic deve estabilizar entre 14,5% e 15% nas próximas reuniões.
Ele critica a incoerência entre as políticas fiscal e monetária e menciona que cortes de juros podem ocorrer em 2025 se a inflação convergir para a meta.
A projeção de inflação do Copom para o terceiro trimestre de 2026 é de 4%, com meta de 3%.
O IPCA acumulou alta de 5,06% nos últimos 12 meses, e a expectativa é de novo aumento em junho.
Sergio Goldenstein acredita que o BC adotará um ritmo mais cauteloso e deve sinalizar um ajuste menor na próxima reunião. Ele também vê estabilização nas expectativas de inflação.
A Selic deve ficar entre 14,75% e 15,25% ao final do ciclo. A comunicação do BC está mudando, com a necessidade de avaliar a desaceleração.
Mirella Hirakawa, em visão mais rígida, projeta a Selic em 15,5% ao término do ciclo, preocupada com medidas fiscais que podem aumentar a atividade econômica.
Cortes só devem ocorrer na primeira reunião de 2026, podendo ser adiados.