Editorial: O que a China deve fazer agora
Tensão entre EUA e China cresce com tarifas recordes, isolando as duas potências. Ambas as nações enfrentam desafios econômicos e a necessidade urgente de renegociar suas relações comerciais.
A guerra comercial entre os EUA e a China intensificou-se. Nesta semana, o presidente Donald Trump reforçou seu protecionismo ao suspender tarifas de 10% para todos os parceiros comerciais, exceto Pequim.
As importações dos EUA da China agora enfrentam tarifas que podem chegar a 145%, em resposta às tarifas anunciadas pela China. Em contrapartida, Pequim aumentou a taxação sobre produtos dos EUA para 125%.
A relação entre as duas potências está se deteriorando, com negociações tarifárias em andamento com países que mantêm cadeias de suprimento chinesas.
Para a China, a crise no sistema comercial global representa um dilema estratégico, pois o acesso ao mercado dos EUA está ameaçado. O consumo doméstico continua em queda devido à crise imobiliária.
O presidente Xi Jinping vê a produção tecnológica como essencial para o crescimento de longo prazo, mas isso também o torna vulnerável. As tarifas pesadas impostas pelos EUA minaram a credibilidade americana entre seus parceiros comerciais.
A China precisa considerar o impacto de sua máquina de exportação nas indústrias domésticas de outros países. O superávit comercial global chinês chegou a US$ 1 trilhão no ano passado, e há preocupações sobre práticas desleais desde sua adesão à OMC.
A ignorância à essas preocupações pode prejudicar as relações comerciais e aumentar o protecionismo global. Pequim deve agir para apaziguar os parceiros, especialmente a UE, e trabalhar para estimular o consumo interno.
Embora tenha tentado se desvincular dos EUA, a China ainda depende significativamente do mercado americano. Continuar com a abordagem de "olho por olho" não beneficia nenhum dos lados. Uma solução negociada é fundamental para ambos os países e para a economia global.
A ordem comercial global em mudança exige que a China ajuste seu modelo econômico para preservar sua prosperidade.