‘Educação é elefante contra estilingue’
Análise aponta que a meritocracia no Brasil é falha, refletindo as desigualdades sociais desde o nascimento. Livro de Michael França e Fillipi Nascimento discute as barreiras enfrentadas por jovens pobres na busca por ascensão social.
Ascensão social no Brasil enfrenta barreiras para jovens de baixa renda
No Brasil, o caminho para a ascensão social de crianças e jovens de famílias de baixa renda está repleto de desvantagens, dificultando a igualação com aqueles que nasceram em famílias abastadas.
Segundo o economista Michael França, coautor do livro “A Loteria do Nascimento”, o local de nascimento é determinante para o sucesso na vida. Os autores argumentam que os recentes avanços educacionais não foram suficientes para reduzir disparidades.
Os desafios enfrentados pelos mais pobres incluem:
- Menos conexões profissionais.
- Dificuldades financeiras para recusar oportunidades ruins.
- Imposições de estágios não remunerados.
- Falta de acesso à educação adicional.
Além disso, as experiências culturais distintas criam um sentimento de desconexão entre os jovens de baixa renda e seus superiores. O livro critica a noção de meritocracia, que ignora as desigualdades de partida.
França, filho de um retirante nordestino e uma empregada doméstica, é um exemplo de superação, mas alerta para não romantizar sua trajetória. Ele defende que a educação sozinha não resolverá as desigualdades sociais e sugere medidas como tributação de patrimônio.
França critica a visão limitada de que a educação é a única solução para a desigualdade, apontando que isso pode servir como uma válvula de escape para as elites. "A educação não é o único problema," conclui.