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Eldorado do Carajás, uma tragédia anunciada

Relembrando os eventos trágicos de Eldorado do Carajás, autor reflete sobre a luta agrária e as consequências da política atual. O MST, ao intensificar suas ações, desafia a ordem democrática e perpetua a violência no campo.

Conflito Agrário em Parauapebas (PA)

Em outubro de 1995, como presidente do Incra, tentei resolver um grande conflito agrário em Parauapebas, mas fracassei. Meses depois, em 17 de abril de 1996, ocorreu o massacre de 19 trabalhadores na região.

Um grupo de 1.200 famílias reivindicava a fazenda Macaxeira, mas o Incra considerou a área produtiva, o que impediu a desapropriação. Durante uma audiência pública, acordamos que o Incra adquiriria a fazenda Rio Branco para acomodar os sem-terra.

Ao visitar o local para entregar simbolicamente a nova fazenda, fui recebido por uma multidão enfurecida gritando: “Queremos a Macaxeira”. O MST havia rompido o acordo e se aproveitou da situação para demonstrar sua força política.

Tentei apaziguar o conflito, mas não consegui. A intransigência do MST e o despreparo da Polícia Militar resultaram no massacre de Eldorado do Carajás. Todos os envolvidos erraram.

Oito anos depois, em 2003, retornei à região e constatei o fracasso da reforma agrária em Rio Branco e Macaxeira. Visitei assentamentos onde muitos lotes estavam arrendados, e conversei com o presidente da associação local, que revelou o assassinato de Fusquinha, um líder do movimento.

Atualmente, o MST intensifica as invasões rurais, relembrando a violência agrária do passado. Eles atacam o agronegócio e, apesar das mudanças, a ideologia permanece. O governo federal parece apoiar suas ações, criando um cenário alarmante para o futuro.

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