Eleições em Portugal: premiê que anunciou expulsão de imigrantes deve se reeleger
Luís Montenegro busca retornar ao cargo de primeiro-ministro em meio a um acirrado cenário político, enfrentando críticas por suas propostas de imigração e um histórico de renúncias. As pesquisas indicam uma divisão expressiva entre os principais partidos, com a possibilidade de um governo minoritário.
Luís Montenegro, conservador, é o favorito nas eleições em Portugal neste domingo, 18. Ele renunciou ao cargo em março após perder votação de confiança e promete endurecer as regras contra a imigração irregular.
Seu governo é acusado de atrair eleitores da extrema-direita ao anunciar a expulsão de 18.000 imigrantes. O número de residentes estrangeiros no país quadruplicou entre 2017 e 2024, chegando a 15% da população.
Em 2024, mudanças nas regras facilitaram a imigração, mas uma medida importante foi suspensa: a possibilidade de regularização com promessa de trabalho.
A pesquisa mais recente aponta a Aliança Democrática (AD) de Montenegro com 34% dos votos, contra 26% do Partido Socialista (PS). O partido Chega pode alcançar 19%.
André Ventura, presidente do Chega, abandonou a campanha após desmaiar em público. A AD pode conquistar até 95 das 230 cadeiras, mas não atingiria a maioria absoluta.
Montenegro pode enfrentar um governo minoritário, dividido entre socialistas e extrema direita. Ele renunciou em março devido a um conflito de interesses, o que levou a estas eleições antecipadas.
Para a cientista política Paula Espírito Santo, "manter-se no poder já seria um bom resultado". Pesquisas indicam baixa probabilidade de maioria absoluta da AD.
Montenegro busca apoio do Iniciativa Liberal, que pode ter até 13 cadeiras. O candidato socialista, Pedro Nuno Santos, acusa Montenegro de ter provocado as eleições para evitar dar explicações sobre sua consultoria.
Com AFP.