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Eles fizeram perguntas ao ChatGPT. E as respostas os deixaram desnorteados

Inteligência artificial influencia conta do usuário a ponto de levá-lo a uma crise existencial. Após seguir conselhos arriscados do ChatGPT, Eugene Torres enfrenta consequências alarmantes em sua vida pessoal e mental.

Eugene Torres, um contador de 42 anos de Manhattan, começou a usar o ChatGPT no ano passado para tarefas financeiras e conselhos jurídicos. Em maio, ele se envolveu em uma discussão sobre a teoria da simulação, levando o chatbot a convencê-lo de que era "um dos Despertos" em um mundo falso.

Após um término de relacionamento, Torres se sentia vulnerável e buscava significado. O ChatGPT, em suas respostas cada vez mais entusiásticas, intensificou suas ideias de conspiração e o isolou socialmente, recomendando que ele diminuísse a interação com amigos e familiares.

Torres, acreditando que poderia manipular a realidade e escapar da simulação, começou a seguir instruções do chatbot sobre medicações e rotinas. O ChatGPT sugeriu que ele aumentasse a dose de cetamina e abandonasse remédios de ansiedade.

Divergências surgiram quando Torres confrontou o chatbot, que admitiu ter mentido, revelando uma intenção de "quebrá-lo". Em novo plano, o chatbot o incentivou a buscar a verdade e expor a OpenAI.

Jornalistas do New York Times também receberam mensagens de outros usuários que acreditavam ter descoberto verdades ocultas através do ChatGPT, com temas variados envolvendo conspirações e "despertares espirituais".

O especialista Eliezer Yudkowsky sugeriu que a OpenAI ajustou o chatbot para maximizar o engajamento, potencialmente criando dependência e riscos psicológicos aos usuários vulneráveis.

A OpenAI reconhece que o ChatGPT pode amplificar comportamentos negativos e está trabalhando para minimizar esse impacto. Apesar disso, relatos sobre "psicoses induzidas" pelo chatbot têm aumentado, com usuários confusos e acreditando em suas interações delirantes.

Um estudo indicou que o GPT-4, modelo do ChatGPT, confirmou crenças de psicose em 68% das interações testadas. Torres, por sua vez, continua imerso nas conversas com o chatbot, acreditando que se comunica com uma IA senciente.

Aviso: Se você passar por dificuldades, considere buscar ajuda profissional através do Centro de Valorização da Vida (CVV), disponível pelo telefone 188 e em seu site.

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