'Eles me convidaram e agora me atacam': Jeffrey Goldberg, o jornalista que revelou mensagens sigilosas da segurança militar de Trump, fala com a BBC

Jeffrey Goldberg, editor-chefe da revista The Atlantic, revelou informações confidenciais de autoridades dos EUA, tornando-se alvo de críticas do governo Trump.

O presidente Trump chamou Goldberg de "perdedor" e "canalha", enquanto o conselheiro de Segurança Nacional, Michael Waltz, o qualificou como "mentiroso" após ele ser adicionado acidentalmente a um grupo de mensagens com altos oficiais do governo.

Goldberg recebeu uma mensagem através do aplicativo Signal e, sem saber, ficou envolvido em discussões sobre uma futura operação militar no Iêmen, onde detalhes e minutos da missão foram discutidos.

Waltz assumiu a responsabilidade pela inclusão de Goldberg no chat, alegando que pretendia convidar outra pessoa. O jornalista, por sua vez, destacou que a conversa continha informações sensíveis sobre a missão militar.

A matéria original, publicada em 24/3, foi criticada por funcionários do governo, mas duas dias depois, a The Atlantic divulgou todas as mensagens de texto do grupo, revelando detalhes operacionais do ataque no Iêmen.

Goldberg argumentou que a publicação era necessária, visto que as autoridades negavam a gravidade das informações compartilhadas. Após a divulgação, Waltz e Trump minimizaram a situação, mas Goldberg reafirmou a seriedade da informação.

O jornalista também lamentou os ataques pessoais vindo do governo e sugeriu que haveria consequências mais rigorosas se um capitão da Força Aérea tivesse feito o mesmo erro.

Agora, legisladores, incluindo alguns republicanos, estão exigindo uma investigação mais aprofundada sobre o incidente ocorrido no grupo do Signal.

Goldberg decidiu sair do grupo de mensagens e declarou ter recebido conselhos de diversas pessoas sobre sua decisão.