Eletrobras diz que foco após acordo com governo é investir e reduzir custos
Eletrobras busca reestruturar investimentos e eficiência após acordo com o governo. Companhia foca na venda de ativos e na transição para energias renováveis enquanto enfrenta queda de investimentos.
Presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, anunciou, em 15 de outubro, que a ação da companhia após acordo com o governo será ampliar investimentos, vender sua fatia na Eletronuclear e continuar reduzindo custos.
O acordo, aprovado em abril, garantiu três assentos ao governo no conselho e isentou a empresa de investir na usina nuclear Angra 3. Este foi um marco na relação da Eletrobras com a administração de Lula.
Monteiro destacou que o resultado é fruto de diálogo constante com o governo. "Agora vamos focar no que é mais relevante", disse ele. O plano de investimentos da empresa evoluiu após a privatização, com aportes triplicando em comparação aos anos anteriores.
Apesar disso, os investimentos caíram 25% no primeiro trimestre de 2025 devido à conclusão de obras no complexo eólico Coxilha Negra, que custou R$ 2,4 bilhões.
Segundo o plano estratégico 2024-2028, a Eletrobras pretende se tornar uma "green major", focando em energias renováveis. No primeiro trimestre, a empresa vendeu suas usinas térmicas a gás para o grupo J&F por R$ 2,9 bilhões e está em processo de venda da usina Santa Cruz.
A venda da fatia de 35% na Eletronuclear está também em pauta, pois o acordo retirou da empresa a responsabilidade de expandir o parque nuclear brasileiro. Monteiro assegurou que a Eletrobras continua em busca de interessados.
Quanto à redução de custos, Monteiro destacou que a empresa já apresenta vantagens em comparação ao passado estatal. Além disso, a nova gestão busca adequar os custos ao mercado, mirando na eficiência.
No primeiro trimestre, a Eletrobras registrou uma queda de 15,1% nos gastos com pessoal, consequência da redução de 13% no número de empregados, resultante de planos de demissão voluntária.
O prejuízo de R$ 81 milhões no trimestre se deve à revisão da base de ativos pela Aneel, impactando o valor contábil da subsidiária Chesf.