Em áudios, agente da PF diz que grupo estava pronto para 'matar meio mundo' e 'cortar a cabeça' de Moraes
Policial federal revela detalhes de um plano golpista, mencionando um grupo armado preparado para evitar a posse de Lula. Ele critica Bolsonaro e destaca insatisfação com o ministro do STF, Alexandre de Moraes, em áudios entregues à Polícia Federal.
Policial federal Wladimir Matos Soares é acusado de participar de trama golpista para manter ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Ele revelou em áudios planos de “matar meio mundo” para evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e criticou o ministro Alexandre de Moraes.
Soares está entre os 12 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A análise da denúncia ocorrerá na próxima terça-feira (20).
Integrante da equipe de segurança do Planalto, Soares repassava informações sobre a agenda de Lula após sua vitória em 2022. Ele foi preso em novembro do ano passado e os áudios foram obtidos pela Polícia Federal (PF) e apresentados ao STF.
Em um trecho de uma gravação, ele afirma que aguardava um sinal de Bolsonaro para agir: "Nós fazíamos parte de uma equipe de operações especiais... Tava ‘nem aí’ já". Ele sublinha a traição por parte do Exército e critica a inação de Bolsonaro, aludindo à falta de determinação para impedir a posse de Lula.
Soares é acusado de integrar o plano "Punhal Verde e Amarelo", que visava a morte de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e de Moraes. A PF realizou perícias em oito celulares, revelando mais de 1,1 milhão de mensagens trocadas.
Os áudios mostram também a esposa de Wladimir, Vanessa Isac Monteiro de Oliveira, atuando ativamente em manifestações ao lado dele. Wladimir lamentou que Bolsonaro não seguiu o plano e expressou descontentamento sobre a “falta de pulso” do presidente.
Em suas mensagens, ele sugere que se um ministro do STF for preso, poderia ser convocado, e também critica outros comandantes de tropas que não apoiaram o golpe. Ele finaliza evocando desconfiança sobre a determinação de Bolsonaro durante a crise política.