Em crise econômica, Bolívia define nas urnas se encerra ciclo de vitórias da esquerda
A crise econômica e a insatisfação social moldam as eleições presidenciais na Bolívia. Com um cenário político dividido, os candidatos buscam atrair eleitores em meio às altas taxas de inflação e descontentamento popular.
Bolívia enfrenta eleições sob influência de crise econômica
O motorista Simón Vega, 55, destaca a insatisfação popular, com candidatos de direita e esquerda falhando em representar o povo. As discussões eleitorais são dominadas pela alta do dólar, preços altos de alimentos e falta de combustíveis.
As eleições de domingo (17) podem mudar o cenário político. A pesquisa Ipsos-Ciesmori mostra o empresário Samuel Doria Medina (Aliança Unidade) com 21% das intenções de voto e o ex-presidente Jorge "Tuto" Quiroga (Aliança Livre) com 20%. O candidato do MAS, Andrónico Rodríguez, tem apenas 5,5%.
Essas eleições podem marcar o fim do ciclo do MAS, que dominou a política boliviana nas últimas duas décadas. O partido enfrentou dificuldades, principalmente após a renúncia de Evo Morales em 2019 em meio a alegações de fraude.
O novo presidente herdará um país com inflação de 25% e problemas nas exportações de gás. Nathália Durán, professora de 32 anos, enfatiza a necessidade de união entre os bolivianos.
Doria Medina, economista e multimilionário, promete resolver a crise em cem dias. Quiroga, crítico de Morales, defende reformas liberais. Rodríguez, líder cocaleiro, busca apoio em áreas onde pesquisas falharam no passado.
Quatro outros candidatos também estão na corrida, incluindo Manfred Reyes, Rodrigo Paz Pereira, Jhonny Fernández e Pavel Aracena. Se ninguém alcançar 50% dos votos, haverá segundo turno em 19 de outubro.
Cerca de 8 milhões de bolivianos habilitados também escolherão 130 deputados e 36 senadores.