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Em depoimento ao STF, Mourão diz que Bolsonaro estava pronto para entregar governo a Lula

Mourão desmente participação em reunião sobre "minuta golpista" e afirma que Bolsonaro estava preparado para a transição de governo. Ele também nega envolvimento na invasão aos Três Poderes e rejeita pressão para aderir a qualquer plano golpista.

Senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) depôs no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (23).

Ele afirmou que nunca participou de reuniões com Jair Bolsonaro (PL) para discutir a conhecida “minuta golpista”. Durante o depoimento, Mourão declarou que Bolsonaro estava “pronto” para entregar o governo ao petista Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Mourão, que foi vice-presidente de Bolsonaro, se afastou ao longo do mandato e foi substituído pelo general Walter Braga Netto na chapa de reeleição. Ele foi convocado como testemunha na ação penal pela trama golpista a pedido do general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI.

No depoimento, ele ressaltou: “Em nenhum momento ele [Bolsonaro] mencionou qualquer medida que representasse ruptura do ‘status quo’”. Mourão também relatou que, no dia seguinte ao segundo turno, estava no Palácio do Planalto para iniciar a transição com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023, ele alegou estar “dentro da piscina” e desconhecer qualquer participação de Bolsonaro na invasão das sedes dos Três Poderes. Mourão negou sofrer pressão nas redes sociais para aderir à trama golpista.

Ele comentou sobre sua longa amizade com militares do “núcleo crucial” da suposta organização criminosa, elogiou Augusto Heleno e chamou Braga Netto de “brilhante”. Mourão também disse que conhece o tenente-coronel Mauro Cid desde criança, considerando-o “um filho”.

Questionado sobre “prints” que mencionam seu nome no celular de Cid, Mourão afirmou que nunca tratou de assuntos relacionados à investigação e considerou tais menções “fantasias da internet”.

Por fim, ao ser perguntado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, se considera o delator um “mentiroso”, respondeu: “Não posso dizer, não tive acesso ao que ele disse”.

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