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Em dificuldades, Marisa tem condição de crédito igual à de pequena empresa

Marisa Lojas realiza emissões de notas comerciais para captar recursos em meio a dificuldades financeiras. A relação entre dívidas e caixa da companhia levanta preocupações sobre sua continuidade operacional e capacidade de recuperação no mercado.

Marisa Lojas intensificou emissões de notas comerciais desde julho, levantando R$ 67,1 milhões em prazos de captação de um a oito meses. A melhora nas vendas no segundo trimestre pode gerar melhores condições de crédito, mas o caixa caiu 88,4% em um ano.

No dia 8, foram aprovadas a 14ª e 15ª emissões, cada uma levantando R$ 2,5 milhões com prazo de um mês a CDI + 9,9% ao ano. A última emissão, de oito meses, tem custo de CDI + 1,1% ao mês e é considerada como taxa de empresa com dificuldades financeiras.

A Marisa alegou que as emissões fazem parte do planejamento para reposição de estoques e financiamento de novas coleções. Tradicionalmente, varejistas têm prazos de 60 a 90 dias para pagar fornecedores, e a utilização de notas comerciais em 30 dias gera descasamentos financeiros.

No primeiro semestre de 2024, não houve operações de risco sacado, mas em 2025 totalizaram R$ 76,889 milhões, sinalizando potencial melhora de reputação no crédito. Auditoria da BDO apontou capital circulante líquido negativo e histórico de prejuízos, com ênfase em incerteza quanto à continuidade operacional.

Após questionamentos, o diretor financeiro Adilvo Souza reafirmou que não há risco de descontinuidade nas operações. R$ 200,982 milhões em provisões para contingências fiscais na controlada M Serviços também foram destacados pelos auditores.

Além disso, a Marisa não atende ao porcentual mínimo de ações em circulação (7,04%), e a B3 prorrogou o prazo para adequação até 31 de dezembro de 2026.

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