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Em inauguração da GWM em SP, Lula reforça crítica a Trump e exalta proximidade com a China

Lula critica Trump durante inauguração de fábrica da Great Wall e destaca a importância da relação com a China. O presidente brasileiro defende a estabilidade política do país e a atratividade para investidores estrangeiros.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) utilizou a inauguração da fábrica da Great Wall Motor (GWM) em Iracemópolis (SP), nesta sexta-feira (15), para criticar o presidente Donald Trump e refutar suas declarações sobre o Brasil.

Em um discurso de quase meia hora, Lula enfatizou a proximidade do governo brasileiro com a China e afirmou: “A ideia que o presidente dos Estados Unidos passa ao mundo, de que o Brasil é um país horrível para negociar, não é verdade”.

Ele recordou que o Brasil ajudou a criar o G20 durante a crise de 2008, ressaltando que a crise foi gerada “no coração do capitalismo americano”.

Comparando o comércio, Lula destacou: “O comércio do Brasil com a China é de U$ 160 bilhões, enquanto que com os Estados Unidos é de US$ 80 bilhões.” Ele ainda apontou um superávit de US$ 410 bilhões para os EUA em 15 anos.

Lula ironizou a Ford, que fechou fábricas no Brasil, ao dizer: “Enquanto a americana Ford foi embora do Brasil, a chinesa GWM vem para cá”. Ele espera que a GWM use o Brasil como plataforma fabril para toda a América Latina.

Sobre a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, Lula mencionou que ele “não está sendo julgado pela oposição” e criticou as acusações de tentativa de golpe e assassinato direcionadas a ele. Reiterou que, se Trump estivesse no Brasil, enfrentaria sua própria justiça.

Lula destacou que o Brasil precisa oferecer estabilidade política e previsibilidade para atrair investidores estrangeiros e pediu que os veículos produzidos tenham preços acessíveis para os trabalhadores.

Participaram da inauguração os ministros Geraldo Alckmin e Luiz Marinho, enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, não compareceu.

Alckmin se referiu à chegada da montadora como a “muralha da China” em Iracemópolis. Marinho destacou a necessidade de acabar com a “pejotização” dos trabalhadores.

Antes de finalizar, Lula pediu que Mu-Feng enviasse um abraço ao presidente da China, Xi Jinping, e brincou sobre ele “mandar para cá” quando estiver cansado das fábricas de carros.

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