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Em indireta aos EUA, Lula diz que não se pode "violar soberania alheia" para combater crime organizado

Lula alerta contra o uso do terrorismo como justificativa para intervenções militares na América do Sul. O presidente brasileiro critica a recente movimentação naval dos EUA em águas caribenhas em resposta ao narcotráfico.

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o uso do crime organizado na América do Sul como justificativa para "violar a soberania alheia".

A declaração de Lula coincide com a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de enviar mais de 4 mil fuzileiros navais para combater cartéis de drogas na região.

"Não é preciso classificar organizações criminosas como terroristas nem violar a soberania alheia para deter crime organizado", afirmou Lula ao receber Daniel Noboa, presidente do Equador, no Palácio do Planalto.

O tema será abordado na 5ª Cúpula de Presidentes da OTCA, em Bogotá, onde Lula deve mencionar a intervenção militar americana no Caribe, conforme relatado pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio.

Rubio destacou que "grupos narcoterroristas" estão operando na região, incluindo o Cartel dos Filhos, e que qualquer ameaça à segurança americana será confrontada.

A Venezuela é um dos países da OTCA, mas Nicolás Maduro não participará da cúpula. A preocupação é que a instabilidade na Venezuela possa aumentar o fluxo migratório para países vizinhos.

A possibilidade de intervenção militar na região suscita receios na diplomacia brasileira devido à Doutrina Monroe, que justifica intervenções armadas no continente. Durante o governo Jair Bolsonaro, os EUA pressionaram o Brasil para classificar organizações do crime como "terroristas", mas a proposta de lei não foi aprovada.

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