Em meio à guerra comercial, marcas chinesas lotam lojas brasileiras com eletrodomésticos pela metade do preço
Marcas chinesas conquistam mercado brasileiro com preços competitivos e ampla variedade de produtos. A combinação de fabricação local e inovação em tecnologia está impulsionando suas vendas entre os consumidores.
Lucas Silva Ferreira, de 30 anos, comprou um ar-condicionado Hisense por R$ 2,3 mil, em vez de um similar da LG por R$ 4,1 mil, destacando a eficiência energética e os recursos tecnológicos do modelo escolhido.
Após a eleição de Donald Trump, produtos chineses têm se tornado populares no Brasil, com a Hisense, TCL e Midea expandindo suas linhas para eletrodomésticos como lava-louças e geladeiras.
A participação dessas marcas no mercado brasileiro cresceu de 16,5% em 2019 para 20% atualmente, competindo com grandes marcas como LG e Samsung.
Henrique Mascarenhas, da NIQ, destacou que as empresas chinesas estão diversificando seus portfólios e o Brasil é um mercado chave.
A estratégia de vendas foca em lojas físicas, aumentando a confiança do consumidor. As empresas estão investindo em displays elaborados para expor seus produtos. A Casas Bahia viu a participação de fabricantes chineses crescer de 10% para 18% desde 2020.
O preço das lava-louças da Midea é cerca de 22% menor que modelos similares da Electrolux e Brastemp, e a TCL oferece máquinas de lavar a um terço do preço de modelos equivalentes.
As fábricas locais na Zona Franca de Manaus permitem que as marcas chinesas mantenham custos baixos. Elas também oferecem produtos premium, com a Hisense relatando aumento de 700% nas vendas de TVs avançadas.
As empresas buscam replicar o sucesso chinês no setor automotivo, com veículos elétricos como os da BYD ganhando popularidade.
Apoiadas por preços competitivos, as marcas chinesas ainda precisam melhorar o pós-venda. Consumidores relatam dificuldades no contato com o atendimento ao cliente, como no caso de Derli Watras, que teve problemas com a TCL.