Em nova derrota do governo, Câmara aprova suspensão do aumento do IOF
Câmara derruba aumento do IOF e governo teme impacto nas contas públicas. Projeto ainda precisa ser aprovado pelo Senado para ter validade.
A Câmara dos Deputados aprovou em 25 de outubro o Projeto de Decreto Legislativo (PLD) que derruba o aumento das alíquotas do Imposto de Operações Financeiras (IOF).
A votação finalizou com 383 votos a favor e 98 contra, e segundo o governo, essa medida pode reduzir a receita em R$ 10 bilhões em 2025.
Para prazo efetivo, o projeto precisa ser validado pelo Senado e o presidente da casa, Davi Alcolumbre, indicou que a análise pode ocorrer ainda nesta quarta.
Parlamentares da base governista tentaram adiar a votação, mas líderes de partidos como União Brasil, PSD, MDB e PP apoiaram a derrubada do aumento.
Essa decisão representa uma nova derrota para o governo em meio a discussões sobre o pacote fiscal.
A ministra Gleisi Hoffmann alertou em publicação que a derrubada do decreto compromete a meta de resultado primário para 2025 e 2026, aumentando a necessidade de cortes e bloqueios em programas governamentais.
O governo acelerou a liberação de emendas, empenhando R$ 776 milhões até o último domingo, 22, em resposta à pressão dos parlamentares.
Contexto do IOF:
- O primeiro decreto sobre o IOF foi publicado em 22 de maio, aumentando alíquotas de diversas operações.
- Após reações, um decreto "recalibrando" foi emitido, reduzindo a arrecadação estimada de R$ 19,1 bilhões para R$ 10 bilhões.
- Uma medida provisória (MP) foi publicada para compensar as alterações no IOF.
O aumento original do IOF afetou operações como:
- Cartões de crédito e débito no exterior, subindo de 3,38% para 3,5%.
- Compra de moeda estrangeira, passando de 1,1% para 3,5%.
- Operações de crédito para empresas menores com aumento em alíquotas.
De acordo com dados da EXAME, desde 2023, o governo tomou 37 decisões que aumentaram a carga tributária.