Em nova tendência no mercado de trabalho, recrutadores trocam histórico acadêmico por testes práticos
Empresas brasileiras estão priorizando habilidades práticas em vez de diplomas na seleção de candidatos. Essa mudança reflete uma adaptação do mercado à escassez de talentos e a uma nova geração que valoriza competências sobre educação formal.
Empresas brasileiras estão mudando a abordagem de recrutamento. O foco em diplomas de instituições tradicionais é cada vez menor, especialmente em áreas como tecnologia.
Uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial revela que 19% dos empregadores consideram acabar com a exigência de diploma até 2030. Gigantes como IBM e Walmart já adotaram contratações baseadas em habilidades.
Jonathan Sampson, da Hays, explica que começam a surgir testes práticos para candidatos, como escrever scripts, devido ao aumento de fraudes em currículos.
Na América Latina, 58% dos gestores enfrentam dificuldades de preenchimento de vagas, o que leva a uma mudança mais inclusiva nos processos seletivos. A plataforma Timbre Social, por exemplo, oculta informações como nome e histórico acadêmico, priorizando competências.
Alessandra Nogueira, da PUC-Rio, nota um comportamento da geração Z que valoriza menos os diplomas universitários, enquanto empresas começam a aceitar candidatos com formação diversa, desde que tenham habilidades relevantes.
Elisa Jardim, da Robert Half, destaca que muitos profissionais migraram para a tecnologia durante a pandemia, levando empresas a flexibilizarem requisitos de formação.
A Adapta, uma empresa de inteligência artificial, utiliza modelos não convencionais de seleção, avaliando competências específicas em vez de ter um RH centralizado. Os processos são liderados por gerentes de cada equipe.
Marcos Olliver Marcondes, da Deloitte Brasil, ressalta a importância do desenvolvimento de habilidades técnicas, especialmente em tecnologia, para atender à demanda do mercado.
Jaqueline Martins, estrategista de produto, exemplifica a transição de carreira, ressaltando que as habilidades práticas são mais importantes que o diploma. Contudo, ela ainda vê valor na formação superior.
Candidatos devem estar atentos a falsas seleções e investigar a reputação das empresas que oferecem vagas.