Em novo relatório, PF diz que Braga Netto foi 'figura central' para desacreditar eleições
Relatório da PF reforça a figura central de Braga Netto em estratégias contra o sistema eleitoral. Investigação aponta ações de desinformação e tentativas de obstrução nas eleições de 2022 durante o governo Bolsonaro.
Polícia Federal concluiu que o general Braga Netto foi uma figure central na estratégia para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro durante o governo de Jair Bolsonaro.
O relatório foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes e baseou-se na análise do celular do coronel Flávio Botelho Peregrino, ex-assessor de Braga Netto.
O general está preso desde dezembro do ano passado, acusado de obstrução às investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.
O relatório indica que mensagens do grupo de WhatsApp "Eleições 2022" confirmaram a atuação de Braga Netto na produção de um documento com informações falsas sobre fraudes nas urnas.
Os investigadores apontaram o envio de dados falsos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a propagação de desinformação, utilizando "estudos falsos" repassados a influenciadores digitais próximos a Bolsonaro.
Conversas revelaram que Peregrino teve acesso à delação premiada de Mauro Cid, confirmando que os acusados tinham ciência da gravidade dos atos para subverter a democracia.
Relatórios também indicam que o intento golpista estava presente em eventos de 7 de setembro de 2021, quando Bolsonaro fez ataques ao STF.
Braga Netto, em interação com Mauro Cid, discutiu uma carta pública de Bolsonaro, sinalizando tentativas de ruptura institucional.
Após audiência com Moraes, o general negou o conhecimento sobre a trama golpista. Uma acareação entre Braga Netto e Mauro Cid está agendada para 24 de outubro a pedido da defesa.
A defesa busca esclarecer acusações relacionadas ao plano Punhal Verde e Amarelo, que supostamente envolvia a entrega de dinheiro a militares em uma sacola de vinho.