Em Wall Street, uma China cada vez menos relevante
As tensões entre os EUA e a China agravam a saída de empresas chinesas das Bolsas americanas. O cenário atual revela um mercado reduzido e uma crescente desconfiança em relação a novas listagens.
A relação de Wall Street com a China está se tornando cada vez mais fria.
Desde 2019, mais de 80 empresas chinesas saíram das Bolsas americanas. Atualmente, as 275 empresas chinesas restantes na NYSE ou Nasdaq representam menos de 2% do market cap total dessas bolsas.
Apesar de recordes em IPOs de empresas chinesas no ano passado, as novas listagens são pequenas e especulativas. Dos 62 IPOs realizados, a média captada foi de apenas US$ 7 milhões.
Além disso, muitas dessas empresas têm dificuldade em manter o mínimo de 300 acionistas, um alerta para investidores sobre possíveis riscos.
A última listagem chinesa na NYSE foi em maio de 2024, com a montadora de EVs Zeekr, que levantou US$ 441 milhões.
Notavelmente, pela primeira vez desde 1990, nenhuma estatal chinesa negocia em Bolsas americanas, com a China Mobile deslistada em 2021 e a PetroChina em 2022.
Atualmente, a maior empresa chinesa listada nos EUA é Alibaba, que representa 30% de toda a capitalização “chinesa” nas bolsas.
Essas mudanças estão ligadas a questões geopolíticas. Críticas de políticos, incluindo o presidente Trump e o deputado John Moolenaar, intensificaram ações contra empresas ligadas ao Partido Comunista Chinês.
Recentemente, 23 estados americanos solicitaram a retirada de ações chinesas das Bolsas, e legislação está em trâmite para forçar fundos de pensão a desinvestir.