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Embraer sinaliza aporte de US$ 500 mi em linha de defesa nos EUA para ter tarifa zero

A Embraer busca reverter tarifa de 10% sobre exportações de aeronaves para os EUA, apontando que a política atual prejudica não apenas a empresa, mas também a economia americana. A fabricante sinaliza investimentos significativos para produção local do KC-390, visando fortalecer suas negociações.

Embraer (EMBR3) busca o retorno da tarifa zero para exportação de aeronaves aos Estados Unidos, após a implementação de um imposto de 10% durante a gestão de Donald Trump.

O CEO Francisco Gomes Neto destacou que a companhia sinalizou ao governo americano a possibilidade de uma nova linha de produção do KC-390 nos EUA, com investimento de meio bilhão de dólares, gerando 2.000 empregos.

A negociação inicial é para vender o KC-390 à Força Aérea dos Estados Unidos, com possibilidade de produção local posteriormente. A Embraer anunciou ainda um investimento de US$ 500 milhões para ampliar a capacidade de produção de aviação executiva na Flórida e de aviões comerciais no Texas.

Gomes Neto afirmou que esses investimentos podem apoiar o retorno da tarifa zero, pois foram planejados considerando um volume de negócios nos EUA. Ele alertou que a manutenção da tarifa resulta em menores compras e fabricação, impactando negativamente a economia americana.

O CFO Antonio Carlos Garcia destacou que a alíquota de 10% foi mitigada devido ao alto conteúdo local dos produtos vendidos. A empresa continuará colaborando com empresas americanas e mantendo uma forte presença nos EUA.

A Embraer estima um impacto financeiro das tarifas de US$ 65 milhões para este ano, com 20% desse valor já afetando os resultados do primeiro semestre. No segundo trimestre, a empresa registrou um lucro líquido de R$ 448,9 milhões, uma queda de 13% em relação ao ano anterior.

A receita totalizou R$ 10,3 bilhões no segundo trimestre, um recorde histórico. Segundo relatório do Itaú BBA, resultados positivos foram sustentados por preços melhores na divisão executiva e margens robustas na defesa.

Executivos reafirmaram as estimativas para 2025, com entregas na aviação comercial entre 77 e 85 aeronaves e na executiva entre 145 e 155. A empresa mantém a previsão de receita entre US$ 7 bilhões e US$ 7,5 bilhões e fluxo de caixa livre ajustado de US$ 200 milhões ou mais.

A Embraer permanece otimista quanto às negociações com os EUA, seu maior mercado, mas mantêm cautela nas estimativas.

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