Emprego: por que a geração de vagas desacelera, mas a renda não para de subir no Brasil?
Desemprego atinge 7%, a maior taxa para o primeiro trimestre desde 2012, mas mercado formal continua a crescer. Rendimento médio dos trabalhadores bate recorde, sinalizando estabilidade em meio ao aumento da desocupação.
Taxa de desemprego no Brasil sobe para 7% no primeiro trimestre, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada pelo IBGE.
A taxa aumentou de 6,2% em dezembro para 7% em março, mas é a menor para o período desde 2012 e abaixo dos 7,9% de início de 2024.
O número de desempregados alcançou 7,7 milhões, com um corte de 1,3 milhão de postos. O rendimento médio passou para R$ 3.410, um novo recorde.
O Caged informou a criação de 71.576 vagas com carteira assinada em março, o pior resultado para março desde 2020. No acumulado de 12 meses, foram abertas 1.613.752 vagas.
Adriana Beringuy, do IBGE, afirma que a queda na ocupação ocorreu principalmente entre trabalhadores informais, sem impactar o aumento da renda média.
Analistas preveem alta do desemprego devido ao aumento da taxa Selic, que foi de 10,50% para 14,25% entre setembro e março.
A indústria apresenta crescimento robusto e maior número de trabalhadores, enquanto a agropecuária e comércio cortaram vagas. O setor formal, segundo Fernando de Holanda Barbosa Filho, é crucial para a valorização dos salários.
A opinião dos economistas é que a desaceleração será suave, mas que os efeitos do desaquecimento econômico devem aparecer em breve. André Valério prevê que a taxa de desemprego poderá alcançar 7,5% até o fim do ano.