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Empresa ligada a auditor investigado pagou defesa de dono da Ultrafarma em caso anterior de crime tributário

Auditor é acusado de fraudes fiscais e de proteger empresário em investigação criminal. Ministério Público evidencia conexão criminosa entre Arthur Gomes e Sidney Oliveira, levantando questões sobre ações para obstruir investigações.

Auditor fiscal Arthur Gomes da Silva Neto é apontado como o cérebro de um esquema de fraude fiscal que concedeu créditos irregulares de ICMS a empresas em São Paulo. Ele atuou para livrar o empresário Sidney Oliveira, dono da rede de farmácias Ultrafarma, de uma condenação por crime tributário em outro processo encerrado em julho.

A prisão temporária de Oliveira ocorreu em 12 de setembro e foi impulsionada pela Smart Tax, uma empresa de fachada que pagou R$ 1,2 milhão pelos honorários do advogado Fernando Capez, que está vinculado à mãe do auditor. O MP-SP destaca que esta movimentação aponta tentativas de ocultar a participação de Arthur nos crimes.

O MP questiona a contratação de Capez, sugerindo que Arthur buscava proteger Sidney de investigações criminais. Capez respondeu que não há irregularidades em sua atuação. Sidney estava sob investigação desde 2018 e concordou em pagar R$ 32 milhões para encerrar o caso.

No decorrer do processo, o advogado Valdir Mocelin expressou preocupações sobre a forma como as audiências foram conduzidas e solicitou a proteção do empresário contra questionamentos do MP. Ele enfatizou que Sidney é honesto e temia que o caso tenha repercussões negativas entre seus concorrentes.

Após o acordo, Capez enviou a última versão do documento ao auditor, enquanto o MP argumenta que a conduta de ambos demonstra estratégias para dificultar as investigações. A relação entre Sidney e Arthur é considerada criminosa pelo MP.

A investigação inclui o envolvimento de outras figuras, como Mario Otávio Gomes, da Fast Shop, e revela práticas de direcionamento de créditos e aceitamentos de propinas na Secretaria da Fazenda de São Paulo.

Além disso, Arthur teria contratado uma empresa de cibersegurança para ocultação de ativos ilícitos, conforme aponta a investigação.

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