Empresa recém-criada de MG liderou leilão de minerais críticos e arrematou área maior que DF

A 3D Minerals, empresa recém-criada em Belo Horizonte, conquistou 116 áreas de minerais críticos no leilão da ANM em 5 de agosto de 2024, totalizando 6.462 km². O que equivale a 12% a mais que o Distrito Federal.

Ela fez lances de R$ 54,824 milhões, principalmente em Mato Grosso (61 áreas), e em menor escala na Bahia (22), Pará (18) e outros estados.

A 3D Minerals terá o controle das áreas por quatro anos, prorrogáveis, e poderá vender seus direitos de pesquisa. Essa empresa, que possui capital social de R$ 5.000, nunca atuou no setor de mineração.

O leilão ofereceu 5.000 áreas e a 3D Minerals ganhou o direito de pesquisar 101 áreas de cobre, 13 de níquel e duas de tântalo.

Minerais críticos são essenciais para indústrias como computação, defesa e veículos elétricos, o que gera disputas internacionais.

A segunda empresa com melhor desempenho foi a 3A Mining, que arrematou 40 áreas, seguida pela Gestão de Ativos Brasil, com 17 áreas.

Em história recente, a família Wanderley, proprietária da 3D Minerals, esteve envolvida em investigações da Polícia Federal relacionadas a práticas irregulares na construção civil, mas não no setor mineral.

A 3D Minerals enfrentou controvérsia ao solicitar a alteração de um lance que inicialmente foi vencido por R$ 37.576.100, mas alegou erro e pediu o valor de R$ 3.756.100. Após a longa análise, o TCU suspendeu o resultado do leilão.

A ANM reafirmou que não exige experiência prévia para participar dos leilões, que são revistos continuamente para maior eficiência e transparência.

O diretor do Ibram, Julio Nery, reconheceu falhas no modelo atual da ANM e sugeriu um calendário mais previsível para futuras rodadas de disponibilização de áreas.