Empresas aceleram remessas para os EUA para aproveitar brecha em prazo do tarifaço
Exportadores brasileiros se apressam para embarcar produtos antes da nova tarifa de 50% definida por Trump. A janela de tempo reduzida apresenta desafios logísticos, especialmente para setores com baixa margem de lucro e dependência de produção sob demanda.
Presidente americano Donald Trump assinou medida estabelecendo tarifa de 50% para produtos exportados pelo Brasil.
O prazo para produtos isentos de tarifas é dividido em duas condições:
- Produtos já desembarcados nos EUA podem ser dispensados, após preenchimento de formulário até 6 de agosto.
- Produtos enviados antes da tarifa, com chegada até 5 de outubro, pagarão apenas 10% de tarifa anterior.
Exportadores estão agilizando embarques. O CEO da Target Trading, Carlos Campos Jr., aponta aceleração em setores como autopeças e eletrônicos devido à nova tarifa de 40%.
Por outro lado, nem todas as empresas têm flexibilidade para agir rapidamente. Remessas dependentes de produção sob demanda enfrentam dificuldades.
Além disso, houve aumento nas consultas logísticas sobre voos e fretes expressos, mas poucos produtos brasileiros são adequados a esse tipo de transporte. Produtos de commodity enfrentam mais desafios para antecipar embarques.
No setor de carnes, que é o segundo maior mercado dos EUA, não houve antecipação. A produção foi redirecionada para outros países ou mercado interno após o anúncio da tarifa, resultando em interrupções nas exportações.
Estima-se que cerca de 30 mil toneladas de carne brasileira estavam em trânsito para os EUA após o anúncio das tarifas.