Empresas brasileiras voltam a olhar para a Argentina, mas estrangeiras deixam país
Empresas brasileiras estão retomando investimentos na Argentina após medidas de ajuste econômico do governo Milei. Embora haja otimismo, a cautela persiste em meio a incertezas econômicas e queda na demanda turística dos brasileiros.
Empresas brasileiras aumentam operações na Argentina após queda da inflação e promessas de recuperação econômica sob o governo de Javier Milei.
Desde dezembro de 2023, Milei implementou cortes de gastos que reduziram a inflação para 1,5% mensal, mas também desaceleraram a atividade econômica.
No primeiro ano de Milei, os investimentos diretos do Brasil na Argentina somaram US$ 131,4 milhões, com alta de 66,8% em relação a 2023. Entretanto, de janeiro a março de 2025, o total foi de apenas US$ 10,6 milhões.
O CEO da CVC, Fábio Godinho, destaca uma recuperação nas vendas com dobro de viagens de argentinos ao Brasil no primeiro trimestre de 2025.
A empresa Kepler Weber observa um aumento na demanda de agricultores argentinos, que voltam a investir devido ao fortalecimento do peso.
A multinacional de tecnologia Grupo Stefanini viu suas vendas aumentarem 15% e expandiu seu quadro de funcionários na Argentina.
Apesar do otimismo, os números ainda estão distantes dos picos de investimentos de 2018, de US$ 1,18 bilhão.
Sete grandes multinacionais, como Clorox e Xerox, deixaram a Argentina, citando desafios como altos custos e queda no consumo.
O JP Morgan alertou para riscos econômicos, destacando que a inflação está desacelerando, mas a demanda por dólares e a volatilidade política aumentam incertezas.
Enquanto isso, o turismo argentino enfrenta desafios, com uma queda de 18,2% nas visitas de brasileiros e um crescimento de 59,1% de argentinos no Brasil.
Destinos como Chile e Peru estão se tornando alternativas populares para turistas brasileiros.