Empresas desaceleram aquisições de US$ 60 bilhões após queda nos preços do petróleo
Empresas do Golfo, como Saudi Aramco e Adnoc, ajustam suas estratégias de aquisições diante da queda nos preços do petróleo. A atividade intensa nos últimos anos dará lugar a uma abordagem mais cautelosa e focada em eficiência financeira.
Duas das maiores empresas petrolíferas do Oriente Médio, a Saudi Aramco e a Adnoc, estão reduzindo suas aquisições multibilionárias.
Essas gigantes energeticas estão reavaliando suas atividades devido a expectativas de uma queda sustentada nas receitas de petróleo.
Nos últimos três anos, as empresas anunciaram mais de US$ 60 bilhões (R$ 327,8 bilhões) em aquisições, focando em gás, produtos químicos e lubrificantes.
No entanto, com os preços do petróleo bruto caindo de US$ 80 (R$ 437) para US$ 67 (R$ 366) por barril, as companhias enfrentam pressão financeira. A Arábia Saudita indicou que vai "fazer um balanço" de seus gastos.
Um executivo do setor disse que as empresas foram orientadas a priorizar dividendos em vez de crescimento.
Embora alguns negócios ainda sejam prováveis, especialmente no setor de gás, eles não ocorrerão no mesmo ritmo. Nenhuma das empresas está fazendo ofertas para comprar a Castrol, da BP.
A receita da Aramco varia em US$ 900 milhões (R$ 4,9 bilhões) para cada mudança de US$ 1 (R$ 5,5) no preço do petróleo, o que pode impactar as fusões e aquisições globais no setor energético.
A Saudi Aramco anunciou pelo menos US$ 8 bilhões em negócios nos últimos três anos, enquanto a Adnoc está envolvida em transações somando mais de US$ 52 bilhões (R$ 284 bilhões).
A Adnoc lançou a XRG, uma plataforma para aquisições externas, visando se tornar um dos principais players nos setores químico e de gás.
Uma fonte mencionou que, para alcançar suas ambições, a Adnoc precisará de tempo para digerir os negócios atuais e enfrentar a incerteza dos preços do petróleo.
As duas empresas se recusaram a comentar sobre a situação atual.