Empresas se antecipam a IR e adiantam captações com títulos incentivados

Aumento nas consultas de empresas em escritórios de advocacia para antecipar emissões de títulos de dívida isentos de Imposto de Renda, como debêntures incentivadas e certificados de recebíveis, foi notado.

Empresas buscam recursos ainda em 2025 para evitar perda da isenção fiscal em 2026. A medida provisória (MP) que impõe alíquota de 5% de imposto sobre esses papéis foi publicada em 11 de junho, mas ainda precisa de aprovação do Congresso.

Os advogados Camilo Gerosa e Guilherme Alves, do Machado Meyer, informam que três das sete operações em estruturação chegaram após a edição da MP. "Todos estão pensando o que fazer, porque vai ficar mais caro captar recursos com esses papéis," avalia Alves.

Uma corrida pela compra de títulos incentivados no mercado secundário foi identificada, devido à insegurança sobre a aprovação da MP, segundo os sócios do Machado Meyer.

Carlos Ferrari, do NFA Advogados, acredita que a antecipação das emissões em 2025 pode resultar em desequilíbrio entre oferta e demanda de títulos, encarecendo o crédito.

As empresas também buscam rolar papéis que vencem no próximo ano, mas a complexidade da repactuação, envolvendo negociações com investidores individuais, pode dificultar o processo, segundo Dante Zanotti, do Lefosse.

Apesar do aumento na movimentação, não é garantido que o volume total de emissões de títulos incentivados atinja o recorde de R$ 120 bilhões de 2024, devido à incerteza política e à tributação ainda indefinida.

Frederico Moura, da Stocche Forbes, prevê que antecipações de captações podem ocorrer se a MP for convertida em lei, mas não devem alcançar volumes excepcionais. Zanotti acrescenta que o aumento da tributação pode reduzir o incentivo para investidores em debêntures de infraestrutura.

Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 18/06/2025, às 15:49. Para mais informações, acesse a plataforma líder em notícias financeiras.