Enquanto governo puxar de um lado e BC do outro, inflação continuará alta, dizem economistas
Especialistas alertam sobre a necessidade urgente de controle fiscal para evitar uma recessão e uma inflação alta. A elevada trajetória da dívida pública pode exigir aumentos significativos na taxa de juros para conter a inflação nos próximos anos.
Governo sob pressão econômica: Se não aprimorar políticas macroeconômicas, a inflação poderá piorar. Ex-diretores do Banco Central enfatizam a necessidade de controle dos gastos fiscais.
Reinaldo Le Grazie, ex-diretor de Política Monetária do BC, alerta que, com o aumento dos gastos, a taxa de juro precisará subir, resultando em uma inflação mais alta e atividade econômica mais fraca. Ele estima uma inflação de 6% em 2023, com risco de se aproximar de dois dígitos.
Sérgio Werlang, professor da FGV EPGE, faz um alerta similar, destacando que a inflação poderia chegar a 7,5% a 8%% ao ano em um cenário de dominância fiscal. E com a atual relação dívida/PIB, a desconfiança pode desvalorizar o real.
Fabio Kanczuk, ex-diretor do BC, sugere que a Selic poderia precisar ser elevada a 18%% para controlar a inflação, embora acredita que o Banco Central deve parar a 15%%.
Le Grazie afirma que a inflação de 4%% já é inviável, e promete que o BC tomará ações necessárias para conter a inflação. Werlang menciona que o Banco Central está avaliando os efeitos do aumento da taxa de juros na economia antes de futuras decisões.