Enquanto Trump sobretaxa o Brasil, China faz do país o segundo maior destino de seus investimentos
Brasil se destaca como segundo maior destino de investimentos diretos da China em 2023, com foco em agro, mineração e tecnologia. Especialistas apontam que a crescente diversificação dos investimentos chineses pode beneficiar o país, mas também traz riscos relacionados à dependência de matérias-primas.
Brasil é o segundo maior destino de investimentos chineses no primeiro semestre de 2024, atrás apenas da Indonésia, conforme o China Global Investment Tracker.
Com US$ 22 bilhões investidos globalmente por empresas chinesas, o Brasil recebeu US$ 2,2 bilhões, um aumento de 5% em relação à primeira metade de 2024.
O Brasil é atrativo por ser rico em matérias-primas, carecer de infraestrutura e possuir um grande mercado consumidor, tornando-se um foco contínuo para investimentos, especialmente diante do contexto da guerra comercial entre os EUA e a China.
Principais investimentos:
- A Cofco investiu R$ 1,2 bilhão em terminal no Porto de Santos.
- MMG anunciava US$ 500 milhões para minas de níquel.
- China Nonferrous adquiriu a Mineração Taboca por US$ 340 milhões.
- Baiyin Nonferrous comprou a Mineração Vale Verde por US$ 420 milhões.
O Brasil, apesar de estar em posição de destaque, enfrenta uma diversificação de investimentos que se afasta de projetos bilionários em infraestrutura e mineração, movendo-se para a indústria e serviços, como no setor de entregas.
Na indústria automotiva, por exemplo, a GWM planeja investir R$ 10 bilhões até 2032, enquanto a BYD continua a expandir seu mercado brasileiro. As montadoras chinesas também estão investindo em marketing para solidificar sua presença no país.
Concerns sobre a dependência: Especialistas alertam que o Brasil deve monitorar os investimentos chineses, especialmente em relação a matérias-primas e tecnologia, para evitar dependências excessivas e garantir a conformidade com os padrões internacionais.
O Brasil pode beneficiar-se dessa nova configuração do comércio global, que favorece o Sul Global, mas é fundamental manter uma política de monitoramento dos investimentos para evitar riscos associados a esse padrão de comércio.