Entenda a acusação contra o deputado Glauber Braga que pode levar à perda de mandato
Conselho de Ética da Câmara analisa cassação de Glauber Braga por quebra de decoro parlamentar. Relator aponta agressão física a militante como motivo para a recomendação.
Decisão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados sobre a cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) deve ocorrer na próxima semana.
Um parecer favorável à perda de mandato foi apresentado na quarta-feira (2) durante uma sessão tumultuada com manifestantes. A representação contra Braga foi protocolada pelo Partido Novo, que o acusa de quebra de decoro parlamentar.
A acusação se baseia em uma agressão física a Gabriel Costenaro, do Movimento Brasil Livre (MBL), ocorrida em abril de 2024 nas dependências da Câmara. O relator do processo, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), votou a favor da cassação, afirmando que houve quebra de decoro.
Magalhães relatou que Braga expulsou Costenaro com chutes e trocou empurrões com o deputado Kim Kataguiri (União Brasil-SP). O confronto físico aconteceu no estacionamento do anexo 2 da Câmara, levando todos ao Departamento de Polícia Legislativa (Depol).
Braga ainda teria chamado Kataguiri de “defensor de nazista”, o que intensificou a confusão. Para o relator, a conduta foi injustificada, mesmo diante de provocações. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) pediu vista, adiando a votação.
Nas redes sociais, Braga defendeu-se, chamando o processo de tentativa de silenciar suas críticas ao orçamento secreto, alegando interferência de Arthur Lira (PP-AL). Ele criticou o relatório como “comprado” e denunciou episódios anteriores que integram as acusações, embora não sejam parte da denúncia principal.
A decisão final pelo Conselho de Ética ainda precisa ser aprovada por outros membros e, se passar, será confirmada pelo plenário da Câmara, necessitando de 257 votos de um total de 513.