Entenda a resolução do BC que alterou a contabilização e impactou o balanço do BB
Queda no lucro do Banco do Brasil é impactada pela nova resolução do Banco Central que altera as normas contábeis. Instituições como Itaú e Bradesco, mais alinhadas ao novo padrão, foram menos afetadas pela mudança.
Banco do Brasil registra queda de 23% no lucro do 1º trimestre: R$ 7,374 bilhões, inferior à projeção de R$ 9,093 bilhões dos analistas.
Principal fator: A Resolução 4.966 do Banco Central, que adapta normas contábeis brasileiras ao padrão IFRS 9.
A norma, que deveria ter entrado em vigor em 2022, foi adiada para 2025 devido à sua complexidade. O cronograma de transição vai até 2028.
Impactos esperados da 4.966:
- Alteração no reconhecimento de receitas e despesas, com ênfase em provisões e inadimplência.
- Revogação da Resolução 2.682, classificando riscos em três estágios: 1 (ativos não problemáticos), 2 (risco aumentado) e 3 (ativos problemáticos).
Bancos adaptados: Itaú, Bradesco e Santander já se alinharam às novas normas, enquanto o BB enfrentou mais dificuldades.
Provisionamento: A norma introduz a provisão por perda esperada, que antecipa a inadimplência, em contraste com a perda incorrida.
Especificidades do agro: O BB menciona características únicas do setor agrícola, como fluxo de pagamentos e períodos de "cura".
A 4.966 também muda o prazo para baixar créditos a prejuízo, o que pode diminuir o índice de inadimplência dos bancos.
Reclassificações contábeis: Itens como receitas de tarifas e despesas administrativas serão realocados, impactando a margem financeira e provisões.
Especialistas veem a norma como desafiadora, mas que pode torná-lo o sistema financeiro mais robusto, alinhando regimes contábil e tributário.