Entenda o 'casadão', operação que o BC realiza amanhã no mercado de câmbio
Banco Central promove leilão e swap cambial reverso para reduzir estoque de operações. A medida visa estabilizar o câmbio e pode impactar o cupom cambial no mercado.
Banco Central realiza leilão de US$ 1 bilhão nesta quarta-feira (25), em combinação com a oferta de 20 mil contratos de swap cambial reverso.
Cada contrato equivale a US$ 50 mil e a operação, conhecida como “casadão”, foi feita anteriormente em 2019, quando o BC abriu mão de US$ 33,5 bilhões das reservas internacionais.
O leilão envolve a venda de dólares no mercado à vista e a redução da posição em swaps. No contrato de swap, o BC paga a variação do dólar e recebe a oscilação da taxa Selic. O objetivo é oferecer proteção em momentos de volatilidade cambial.
Em "swap cambial reverso", o BC paga uma taxa de juros e recebe a variação cambial. Se a variação for maior que a taxa de juros, o BC lucra; caso contrário, ele tem prejuízo.
O “casadão” busca reduzir o estoque de swaps, atualmente em aproximadamente R$ 101 bilhões, enquanto mantém um efeito líquido neutro na economia. Com operações à vista e de swap reverso equivalentes, o impacto sobre o câmbio brasileiro deve ser discreto.
Contudo, a operação pode influenciar o cupom cambial e resultar em uma redução deste, o que afetaria o “hedge” e favoreceria o "carry trade" - a prática de ganhar com a diferença das taxas de juros entre países.