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Entenda o que acontece com a trégua entre Israel e Irã

Cessar-fogo traz alívio temporário, mas não resolve questões fundamentais do conflito. Pressão interna e crises humanitárias continuam a desafiar os líderes israelenses e iranianos.

Cessar-fogo entre Israel e Irã foi estabelecido na segunda-feira (23) com ajuda de Donald Trump e Qatar. Essa trégua traz alívio aos civis, mas não resolve questões fundamentais subjacentes do conflito.

O governo Binyamin Netanyahu enfrenta condenação internacional pelo conflito em Gaza, mas recebeu apoio, até mesmo de Europeus relutantes. O Irã demonstrou poder militar esgotado, mas seu regime continua se sustentando mesmo diante de dificuldades internas.

Do ponto de vista militar, Teerã sofreu derrotas significativas, mas pode alegar uma vitória discursiva ao afirmar que resistiu à agressão israelense e americana. Trump, ao executar um plano elaborado por 20 anos, buscou apoio ao Estado judeu enquanto tentava evitar mais envolvimento americano.

A situação nuclear do Irã é incerta. O ataque pode ter atrasado a possibilidade de desenvolvimento de armas atômicas, mas Teerã já possui 400 kg de urânio enriquecido e continua a movimentar equipamento. O futuro das negociações entre EUA e Irã, suspensas antes da guerra, é duvidoso.

A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) enfrenta tensões com o Irã, que ameaça sair do TNP (Tratado de Não Proliferação). A trégua não oferece soluções claras, e o Irã insiste em reter capacidade de enriquecimento de urânio.

Qatar reiniciou conversas com Israel e Egito para um novo cessar-fogo em Gaza. Para Netanyahu, isso é complicado, pois envolve lidar com falhas de inteligência do 7 de Outubro e trazer à tona a tragédia em Gaza.

Os houthis do Iémen, aliados do Irã, perderam a oportunidade com o cessar-fogo e provavelmente permanecerão em uma posição defensiva após terem sido bombardeados. A posição mais militarizada e popular de Netanyahu pode pressionar por soluções mais drásticas.

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