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Entenda o que ataques dos EUA e de Israel significam para programa nuclear do Irã

A AIEA solicita acesso às instalações nucleares iranianas bombardeadas, enquanto o Irã planeja limitar sua cooperação com a agência da ONU. Especialistas alertam que os danos causados pelos ataques ainda precisam ser avaliados em relação ao programa nuclear do país.

Estados Unidos celebram ataques às instalações nucleares do Irã, realizados em 22 de outubro. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) cobra acesso aos locais atingidos, enquanto especialistas alertam para a dificuldade de avaliar os efeitos.

O Irã sinaliza a intenção de interromper a colaboração com a AIEA. O presidente do Parlamento, Mohammad Bagher Ghalibaf, afirma que o Legislativo discutirá um projeto para isso, alegando falta de objetividade da agência.

A tensão se intensificou após a AIEA condenar a falta de cooperação do Irã em junho. A AIEA, responsável pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), não tinha evidências de um programa sistemático para armas nucleares, mas a falta de inspeções levantava preocupações.

Com os bombardeios a três instalações nucleares—Fordow, Natanz e Isfahan—, danos significativos foram relatados. A AIEA expressa preocupação sobre os 408,6 kg de urânio enriquecido a 60% que não foram vigiados desde 10 de junho.

Movimentações suspeitas foram detectadas em Fordow antes do ataque. Netanyahu mencionou informação sobre possível transferência de urânio, mas não detalhou. Especialistas alertam que, se removido, seria difícil rastrear sua localização.

Dentre as mais de 20 mil centrífugas do Irã, muitas foram danificadas em Natanz. Pesquisa indica que o Irã ainda mantém potencial para desenvolver armas nucleares rapidamente, apesar da supervisão da AIEA.

O acordo de 2015 impôs limites às atividades nucleares iranianas e maior supervisão da AIEA. O Irã nunca ratificou o Protocolo Adicional, que permitia inspeções surpresa. Em 2018, Trump retirou os EUA do acordo, resultando na diminuição da supervisão pela AIEA.

A AIEA está restrita a inspecionar locais nucleares declarados. Se as hostilidades continuarem, Grossi alerta que o regime de não proliferação pode desmoronar. O Irã já ameaçou se retirar do TNP, reclamando da proteção insuficiente contra ataques dos EUA e Israel.

A retirada do TNP pode ser feita com aviso prévio de três meses, caso o país considere que seus interesses supremos estejam ameaçados.

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