Entenda por que mudança política na Síria e papel de Trump explicam dissolução do PKK na Turquia
A dissolução do PKK é vista como um passo crucial para a paz na Turquia, mas pode também impulsionar a luta curda por autonomia no contexto das mudanças no Oriente Médio. Especialistas apontam que a nova dinâmica política, incluindo a retirada de forças dos EUA, pode reconfigurar o equilíbrio de poder na região.
Anúncio da dissolução do PKK, partido que lutou contra o Estado turco por mais de quatro décadas, é celebrado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan como uma vitória para a paz na Turquia. Curdo representa cerca de 20% da população.
Analistas alertam que essa decisão pode impactar a luta por autonomia curda no Oriente Médio, especialmente por mudanças políticas na Síria e o papel do ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
O último processo de paz entre a Turquia e o PKK ocorreu entre 2013 e 2015, mas falhou, resultando em conflitos nas províncias curdas. O PKK, considerado uma organização terrorista pela Turquia, ainda mantém influência no nordeste da Síria, onde suas Unidades de Proteção Popular (YPG) operam.
Com a colaboração dos EUA, as YPG consolidaram o controle sobre região rica em recursos, mas a pressão turca aumentou. Um acordo histórico foi alcançado em 10 de março para integrar as instituições kurdas à Síria, oferecendo cidadania e direitos constitucionais aos curdos.
O fundador do PKK, Abdullah Öcalan, pediu pela dissolução do grupo em 27 de fevereiro, resultando em conversas com o governo. Termos do acordo incluem a possibilidade de anistias e maior liberdade para Öcalan e o Partido Pro-Curdo DEM.
Analistas vêem essa nova abertura como uma estratégia para fortalecer a posição política de Erdogan, visando as eleições de 2028, enquanto busca um acordo com os curdos para consolidar seu poder e dividir a oposição.